De volta. De volta a este lugar que me faz tão bem… este meu canto de partilhas, de coisas boas. De amor. Regresso não só ao blogue, mas também a esta terra montanhosa, onde lá bem no alto, os Alpes cobrem-se de neve e o ar gelado sente-se no rosto. Volto, trazendo em mim, calor, sol e luz. Muita luz, desse lugar que trago no coração, desse lugar, onde sou verdadeiramente feliz. .
Partimos da Suíça debaixo de uma neve intensa e de um frio gélido, para um sol luminoso e belo em Lisboa. Ainda no avião, avisto o rio, a ponte 25 de Abril e a orla tão bonita das praias de Sintra. Sinto as lágrimas a querem surgir… Contenho-me. Um pouco por vergonha dos que me rodeiam... Avistar Portugal, ver, mesmo que seja ao longe e ainda bem lá do alto, tem sempre este efeito em mim, um nó na garganta, uma saudade e uma ansiedade que se agiganta, uma vontade de chorar imensa. Ficámos separados, ele do lado contrário do avião, diz-me mais tarde, que avistou ao longe, o Palácio da Pena no topo da serra. E foi assim que fomos recebidos e chegámos ao lugar que chamamos Casa.
Nestes dias, as palavras, família e amor, dominaram. Mas mais do que palavras, foi o que senti e o que trago dentro...
Conheci o meu sobrinho bebé (filho do meu irmão mais novo), com pouco mais de um mês… coisa boa, calminho, sereno… No meu colo, atento, olhou para mim e para tudo que o rodeia, com uma curiosidade tão própria e bonita de quem tem o mundo por descobrir e conhecer. Quase como se o quisesse sorver de uma só vez. Um amor! Um pequenino (grande) amor.
Abracei os sobrinhos já maiores (doze e dezasseis anos, filhos da minha irmã), conversámos, brincámos. Numa tentativa de recuperar um tempo (perdido), que nunca se recupera…
E entre beijos e abraços fortes, voltei a ver a barriguitas linda, a irmã de coração, a minha cunhada e o meu irmão (mais velho) quase a serem pais. Trago em mim, as conversas boas, os risos, os abraços, a cumplicidade, o amor que vi e não esqueço… as festinhas imensas que a vi a dar na barriguinha já enorme. O que senti, quando ao querer sentir o bebé, o malandro quis dizer um olá à tia, com um pontapé grande, que me assustou, mas ao mesmo tempo, fez-me rir e deixou-me tão contente e feliz. Feliz por estar ali, feliz por eles. Entretanto este bebé, já se juntou à família, no dia do amor, no dia 14 deste mês. Não encontro presente melhor que este… Mais um amor pequenino! Bem-vindo meu anjo, estou ansiosa por te conhecer. Já te esperávamos há muito…
Nestes dias, procurei absorver o melhor… sentir o sol no rosto, aqui o sol fica escondido muitas vezes, atrás das montanhas, sentir-me em casa… Bebi café na pequena mesa de madeira na varanda, a ouvir os sons da noite… uma noite que estava calma, serena, sem frio. Mais tarde já no quarto deitada, começa a chover intensamente e em pensamento, agradeci aquele bocadinho, aquele momento de tranquilidade que me foi concedido... O meu, o nosso quarto, as saudades que eu tinha, deste espaço… tento sempre reter tudo em mim… o cortinado onde a libelinha mora. As flores pequeninas, rosas e brancas da jarra na mesa de cabeceira, assim como a bailarina de loiça branca que eu escolhi como adorno. Talvez para me lembrar, que a vida deve ser levada como uma dança, com alegria. Nem sempre no compasso certo.. mas guiada por amor.
Só temos a verdadeira noção da falta que tudo nos faz, no regresso, em Casa, onde nos sentimos em Casa. Podemos ao longe sentir saudades, mas é no regresso, quando sentimos a alegria do reencontro da família, dos nossos amores, dos lugares, das coisas simples que nos fazem tão bem, aí sim, temos a consciência, do quanto tudo aquilo nos faz falta… uma imensa falta.
Encontrei ainda, no mar, o meu refúgio, a minha paz. Precisava de ver o mar… Durante dois dias, descansámos, namorámos à beira-mar, na vila bonita da Ericeira. A terra das casas em tons de branco e azul, tão simples, tão bonitas... A Ericeira tem um pôr-do-sol, dos mais bonitos que já vi… parece pintado a aguarelas, onde cada traço faz parte de uma pintura, serena e perfeita. Nestes dias aproveitei para fotografar, para trazer comigo um pouco desta beleza, mas soube também, pôr a câmara de lado. Contemplar, reter o máximo que conseguisse. E o que eu adoro o mar no Inverno… É no Inverno que ele mostra o quanto é deslumbrante. No Verão, o mar é de todos. No Inverno pertence apenas a ele próprio e às gaivotas que o sobrevoam..
As imagens que deixo neste Post (e nos próximos), são imagens de momentos bonitos, de simplicidade, de saber tirar o melhor da vida... As ondas do mar, o pôr-do-sol, a areia dourada pelos últimos raios de luz, uma gaivota que passa. Um cão que brinca com a dona, uma mulher que contempla o oceano, um casal que namora à beira do mar... Momentos simples, mas tão bonitos. Espero que sintam um pouco do que eu senti nesta viagem. Deixo ainda, e irei deixar nos próximos posts, um pequeno vídeo, apesar de não ter muito jeito para filmar, quis trazer comigo, um pouco mais de mar.
❥ Este post é ainda, um agradecer. Agradecer pelos momentos preciosos, pelos lugares que nos estão no coração. Agradecer pela dádiva preciosa que é a vida, em que mais dois bebés se juntam à família. Agradecer por todo o amor que vi e vivi... Agradecer pelos vossos comentários (que entretanto já respondi ;), que me fizeram sorrir e ficar tão feliz... Um Obrigada a todos. Um Obrigada, à Vida
⦁
A natureza pinta assim...
'' A felicidade é uma soma significativa de coisas insignificantes.'' - Pedro Chagas Freitas