31 de agosto de 2014

Este Agosto..

Foto do blog de Amanda Shadforth


Escrevo no último dia deste Agosto, este Agosto que foi um dos meses mais intensos que vivi.

Estou na varanda, na pequena mesa de madeira e a tua cadeira está vazia.. São sete horas, mas o sol ainda me aquece a pele, sinto a tua falta, tu que tornaste este Agosto bonito como foi.

Este ameno Agosto começou para nós com um dia muito bonito, casámos no dia 1, um dia muito feliz para os dois, lembro-me de sorrir muito, de me sentir nervosa, mas muito feliz. Seguimos para bem pertinho do mar, passámos os cinco dias seguintes a namorar muito num bungallow em plena serra do parque natural da Arrábida, lembro-me dos dias sem pressa ao teu lado, em que me dizias que no dia a seguir íamos cedo para a praia, mas depois de manhã, eras tu, que me abraçavas, aninhavas-te a mim e dizias, já vamos, fica aqui mais um bocadinho, e assim ficávamos, na preguiça boa, no doce aconchego deste amor..

Adormecíamos tarde, acordávamos e íamos para a praia, lembro-me tão bem destes dias azuis, calmos, onde mergulhámos os dois naquele mar calmo como um rio, lembro-me de estar deitada ao teu lado na areia e pensar que queria que o tempo parasse.. Lembro-me dos beijos, dos abraços, dos carinhos, dos fins de tarde bons, das músicas que nos acompanharam.

Lembro-me acima de tudo das tuas brincadeiras, do teu sorriso e do teu olhar feliz..

Regressámos a casa e lembro-me, como num antecipar do que estava para vir, de apesar de ainda estarmos de férias e de ainda termos mais de uma semana para nós, da primeira sensação e aperto de que as férias tinham acabado, que em breve ias partir.. Não sei se o senti pelo fim dos dias na Arrábida, pela chegada a casa.. Mas senti alguma tristeza, mas a tua companhia, rapidamente me ajudou a superar e a voltar de corpo e alma a estes dias de paz.

Passeámos muito, fomos a muitos outros lugares, ao Jardim Zoológico, ao Jardim do Éden e voltámos ao mar, sentíamos saudades dos dias de sal na pele... 

Com o fim das férias e a tua partida a aproximar-se, a tristeza começou a atingir-nos, tentámos evitá-la, nem sempre o conseguimos.. 

Ficou ainda na minha memória, as noites em que dançámos no quarto e na cozinha, lembro-me que estava a tocar na rádio Lana del Rey, mas não interessava a música, nem o local, dançaria contigo até sem música, apetecia-nos dançar e assim o fizemos, dancei e chorei agarrada a ti..

Foi um mês bom, muito bom, como a doçura do Fizz de limão que ias buscar porque sabes que eu adoro, mas também foi um mês duro, um mês em que voltei a sentir que me arrancaram metade de mim, em que partiste e voltámos a ficar sós, eu aqui neste país soalheiro, tu, numa Suíça onde já chove..

Se neste amor é tudo perfeito ? Não, claro que não.. Existem sim duas pessoas lutando para que ele dê certo, para que ele chegue a bom Porto.. Nem sempre concordamos, nesta busca por um futuro por uma vida melhor, tu amor, quiseste partir, eu queria ficar, neste Portugal que amo e que sei que também o amas, apesar de não o dizeres, os teus gestos, a maneira, o prazer com que absorves, cada momento bom, cada coisa nossa, desta terra, demonstra o quanto gostas de aqui estar mesmo sem o pronunciares..

Amo-te profundamente e mesmo sem a certeza de que partir é o nosso caminho, vou contigo, mas a minha casa será sempre aqui, nesta terra onde ambos nascemos, nesta terra que também é tua.. Como nos disseram no momento do nosso casamento, será uma caminhada, onde cada um luta para fazer feliz o outro, e que a vida, este nosso caminho, será sempre melhor, vivido e partilhado com quem amamos.. E como sabes o meu coração é teu..

Neste Agosto, ri muito, dancei apaixonadamente, chorei bastante, chorámos os dois, senti-me alegre, senti uma tristeza sem fim, uma angústia que me fez chorar várias noites, quando já não estavas aqui..

Foi um mês repleto de emoções e ontem voltei ao mar, já sem ti, a uma outra praia.. encontrei uma mar revolto e ao deitar-me na areia, não conseguia parar de pensar em ti, que na última vez que tinha vindo á praia, estava contigo... e no velhinho ipod começa a tocar Lana del Rey e eu desabei ali, porque na minha mente estava a dança ao som daquela música que dancei contigo.. 

Este Agosto.. foi duro, mas foi também maravilhoso, um Agosto em que afirmámos ao Mundo o que ambos já sabemos, que nos amamos.. Este Agosto que foi tão nosso.. não o vou esquecer.. 




27 de agosto de 2014

Algum Sorriso eu Perdi..

Como agir, quando nada corre como idealizamos ? Quando os sonhos se desfazem e quando a vida te atira ao chão sem tapete, como agir quando a vida nos sacode e nos põe à prova ?

Encontrar o equilíbrio, a serenidade de espírito, a felicidade.. Não é fácil ..
é uma busca constante pelo que nos faz felizes, pelo que nos põe um sorriso franco no rosto ou uma alegria que se nota à distancia e nos deixa com os olhos a brilhar..

Sonhamos a dormir, mas sonhamos principalmente acordados, desde muito pequenos, desde jovens... fazemos planos, uns tontos, mas que nos fazem rir e que nos dão alegria e cor aos nossos dias, outros racionais, com sentido e que nos acompanham ao longo da vida. Estes sonhos, acabam por ser alguns deles, projectos, uma linha que nos guia, por isso ao longo dos anos, por mais que te esforces, se continuas sem alcançar, a insegurança instala-se, a inquietude igualmente e algum sorriso se perde..

Se desistimos de tentar alcançar os nossos sonhos e objectivos ?
Não, nunca. Ao longo da vida, como diz a música, " algum sorriso eu perdi "... Há sempre algo que se perde e se ganha nesta luta, mas... não, não perdi a capacidade de sonhar e no entretanto... " vou pedir ao tempo que me dê mais tempo " para lá chegar...


Praia dos Gálapos, Agosto de 2014
* Autoria da foto - Life, Love and Photograph

26 de agosto de 2014

Ao Longo da Vida..

Foto de Elena Shumilova


'' Ao longo da vida fomos ensinados a limitar o que nos rodeia. primeiro o tempo, ou o que fazemos dele: a escola que tem horários, o sono que tem horas, as refeições que tem tempo. as férias que tem só aqueles dias, ou o trabalho que tem um relógio. depois limitaram-nos as opções: os gostos, as vontades, o que se veste, o que se ouve, o que se quer. e por fim, viciaram-nos as emoções, com tanta teoria e conselho sobre o que é amar, o que é uma relação, uma família. mas todos estes limites tem uma premissa perigosa por detrás: o querer racionalizar tudo, explicar tudo. é isso que os computadores fazem: nunca erram, porque vivem nos parâmetro da lógica. e é para isso que fomos programados: para ter um sentido objectivo em tudo o que fazemos.

Pois, alguns de nós, os que querem (sabem) verdadeiramente entregar-se, conseguiram ao longo da vida libertar-se destas amarras: trabalhamos só quando achamos que sim, dormimos pouco, trocamos os dias pelas noites, o sol pela lua, a televisão que desligamos, pela música que veneramos. trocamos a poesia rimada, pela prosa livre. trocamos as ruas cheias de dia, pelas vielas onde nos beijamos à noite. e foi assim, sem limites, que aprendi a entregar-me a tudo sem medo: aos projectos de trabalho mais loucos, às opções mais arriscadas, aos caminhos menos óbvios. louco dirão alguns. sim, muito. mas é graças a este nível bom de loucura que consigo esticar a mente - e a alma. na profissão, em que misturo mil campos diferentes, na vida, no salto constante entre modos de estar e aproveitar. na personalidade: que, sem limites, goste-se ou odeie-se, é cheia de erros, mas única, e impossível de formatar num tipo, numa etiqueta. numa lógica.

E tem dado jeito, muito jeito, saber, por amor, esticar os limites. os limites do perdão, do querer, os limites da angustia que se suporta, da vontade férrea que segura. o saber dar, não para receber, mas pelo prazer de fazer alguém feliz em nós. porque aqui trocamos os amores racionais pelas paixões loucas. trocamos a segurança de uma relação, pela constante inquietude de uma alma gémea. trocamos o sono calmo, pela insónia junta em conversas tontas. trocamos o conforto do pijama da noite, pelo toque do corpo nu da manhã. porque rimos depois do choro, amamos em vez do sexo, gritamos depois do abraço, porque magoamos, antes de cuidar. sim, fazemos tudo ao contrário, fazemos tudo errado, mas no fim tudo certo - porque pode não ter lógica, mas tem uma vontade: viver com quem já está em nós. e se há coisas na vida que se lutam sem limites, o amor tem de ser uma delas. mesmo que corra mal. uma vez. ou duas, ou três. porque, como me disseram baixinho no outro dia: "vai dar tudo certo. e se não der, nós fazemos tudo outra vez.." '


⦁ Texto do Autor do Blogue Momentos   

21 de agosto de 2014

Vidas Entrelaçadas..

A foto que me tiraste ...


Tenho o coração cheio de uma saudade imensa e a memória repleta de momentos perfeitos..

Como descrever a felicidade ? Como contar o que vivemos nestas semanas ? Os minutos, as horas, os dias preciosos ao teu lado.. Como contar este amor que me acorda a alma e me pacifica o coração, em palavras.. ? 

Foram dias de sorrisos, de muito amor.. E estás em tudo o que me rodeia, tudo me lembra de ti, desse teu sorriso aberto, desse espírito meio louco e brincalhão que me apaixona.. Passeámos muito, percorreste as ruas de Lisboa comigo, andámos por jardins perfeitos, voltámos ainda ao campo e à serenidade do mar.

Adormeceste ao meu lado, mimei-te com muitos carinhos.. sentir-te em casa é tão bom, não há lugar como a nossa casa, e é precioso ter-te comigo, tu, que és a minha casa, o meu abrigo..

Vivemos um dia, muito feliz para ambos, casámos, é verdade ... casámos.. Ainda não me habituei à ideia.. Mas não foi mais do que escrever no papel o que já está gravado em nós, no nosso coração, em cada recanto da nossa alma.. 

Foi uma cerimonia muito intima, onde estávamos muito nervosos, mas muito felizes. Partimos de seguida para a Serra da Arrábida e num lugar muito especial, muito perto do mar, namorámos muito, comemorámos este momento em que duas vidas se entrelaçam, mas que no fundo ambos sabemos que assim já  o estão há muito.. 
A felicidade é uma coisa estranha, meio louca, tão boa, nestes dias, tudo me pareceu belo , não havia dias mais enublados ou frios que nos entristecessem, estávamos juntos.. Agora ao acordar e na tristeza de não te ter aqui, mesmo com este sol agora mais quente, tudo me parece feio.. sem cor, sem a tua alegria.. 

Nestes dias na Arrábida, passeámos, mergulhamos no mar límpido da Praia de Galapos, brincámos muito, rimos muito.. ainda tenho na memória, tão forte, o sabor a sal nos teus lábios, os sons do mar, o cheiro a protector solar e o calor na pele... 

Dou por mim, vezes sem conta a rever mentalmente, as horas, os dias, os momentos que passámos juntos e dói tanto a tua ausência .. 

Nestas férias, neste tempo que foi nosso e que passou tão rápido como um punhado de areia, que nos escorre por entre os dedos.. fomos muito felizes e são esses momentos que quero guardar na memória.. 

Para mim, o amor está nas coisas mais simples e que nos são tão deliciosas.. 

Está no dormir no teu peito ou na tua mão que procura a minha e assim adormeces, está no teu olhar quando dizes que me amas, está nas noites em que dançámos juntos, está nas conversas cúmplices e nos silêncios que tanto dizem, está nas noites calmas em que bebemos um café na nossa varanda a olhar as estrelas, está nos inúmeros abraços e beijos que nos enchem de conforto, de mimo de amor.. está ainda no teu olhar triste na despedida, em que nas tuas palavras, dizes-me que estás bem, mas os teus olhos verdes denunciam a tristeza..

O amor, está em todos estes momentos e em muitos outros que nos marcaram..  
Mas este não é um relato triste do que vivemos, pelo contrário, é a afirmação de que independentemente de para onde a vida nos leva, somos cada vez mais uma soma perfeita, em que dois corpos são iguais a uma só alma..  
É a certeza de que o meu Mundo é muito mais bonito, quando é vivido ao teu lado. 

Mais sobre este amor aqui.

17 de agosto de 2014

A tua Partida..

Portinho da Arrábida, Agosto de 2014


Sinto-me dormente, entorpecida, partiste hoje de madrugada e eu estou tão triste.. 
Estas semanas contigo passaram rápido demais..
Tenho tantos momentos doces na memória.. momentos que vivemos a dois.. como os mergulhos no mar contigo, as noites em que dançámos .. juntinhos, desajeitados, mas felizes, tão felizes por nos termos um ao outro, por estarmos juntos...
Sim, tenho a memória cheia de ti, tal como ainda sinto o teu cheiro pela casa, mas já não estás aqui..., irei partilhar esses momentos preciosos, mas neste momento, estou tão triste amor, só te queria aqui... Amo-te...  muito. 

* Autoria da foto - Life, Love and Photograph

Memórias de um amor..

Saudade..

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